Inflação com tendência de alta, problemas fiscais sem resolução visível a curto prazo e, em breve, as eleições. Essa é a tempestade perfeita que ronda o Brasil, mas que causa pesadelos especialmente àqueles que detém investimentos no país. O caminho próximo ao período eleitoral já costuma provocar calafrios para alguns e ativar o senso de oportunidade de outros, mas as incertezas parecem ainda maiores em 2022.
Com a Selic acima de 6% e com previsões para ultrapassar os oito pontos percentuais em breve, há muitos em dúvida sobre quais seriam as melhores empresas para investir. Mesmo os mais estudiosos especialistas e os famosos influencers de YouTube e Instagram estão evitando dar muitos palpites a esse respeito, justamente por conta da elevação no chamado “Risco Brasil”.
Sempre que existe a probabilidade de mudança no âmbito político, é comum que qualquer investimento variável tenha movimentações positivas ou negativas além do normal. Nessas próximas eleições, porém, temos um cenário muito mais incômodo.
A crescente reprovação ao atual presidente Bolsonaro é somada ao fato de que o seu opositor, Lula, apesar da boa probabilidade de vitória, também não agrada boa parte da população. Além disso, há diversos grupos de ambos os lados dispostos a não aceitar um resultado não condizente com o que querem, o que gera ainda mais insegurança política.
Toda e qualquer instabilidade em um país causa oscilações nos valores dos investimentos, e esse alto risco tem deixado os investidores cautelosos com suas decisões. No entanto, isso não significa que não haja boas oportunidades de investimento.
Existe a percepção por parte de alguns investidores de que a renda fixa se tornaria uma boa opção nesse momento conturbado. É verdade que a Selic possui projeções para até 8,5% no final de 2022, mas é preciso ter em mente que a inflação já tem previsão de chegar a 8,35% no final de 2021. Ou seja, um ganho real nulo ou até mesmo negativo.
Não se engane. Apesar de não haver volatilidade na renda fixa com prazo determinado, ainda é a renda variável que contém as melhores opções de investimento, mesmo nesse cenário caótico. Como destaque, podemos mencionar:
ETFs americanas – Enquanto as ETFs brasileiras são limitadas e não distribuem dividendos, as oferecidas nos Estados Unidos garantem os seus proventos e possuem opções quase ilimitadas.
Caso esteja pensando no curto prazo, não há saída que não seja ficar preso à renda fixa. É possível que o melhor investimento a curto prazo com lucro esteja nas opções, mas é preciso investir com responsabilidade e conhecimento. Como já mencionado, elas permitem obter lucro com as quedas, com o palpite certo.
Para o longo prazo, uma carteira equilibrada certamente garantirá uma consciência mais tranquila, desde que os ativos de maior risco sejam mantidos em menor proporção. Por exemplo, a mistura das ações e FIIs resultam numa boa diversificação no Brasil. Com a adição dos ETFs, parte da sua carteira já não sofre com o tão citado risco Brasil.
O Brasil e os seus investidores mais antigos já viram toda a sorte de movimentos bruscos devido às incertezas internas. Mesmo os mais novos já tiveram uma experiência única com a série de circuit-breakers decorrentes da pandemia. Portanto, o melhor caminho é ter uma carteira segura para o longo prazo e, após ganhar conhecimento para isso, operar com o trading para ganhos no curto prazo.