Terrazo passará por obra de modernização da entrada do salão com acesso coberto ao estacionamento, remodelação completa do paisagismo e iluminação externa. (Crédito: Saul Carvalho)
Quando o assunto é cultura e diversão, a Zona Sul é endereço certo. A região abriga algumas das melhores casas de shows, bares e restaurantes. Por isso, sua vida noturna é intensa e movimentada. De acordo com o assessor do Sindicato de Bares e Restaurantes de Juiz de Fora, Rogério Barros, são cerca de 60 estabelecimentos, gerando mais de 300 empregos diretos.
Um dos que merece destaque é o Terrazo. Um centro de eventos completo, com estrutura versátil e preparada para receber todos os tipos de celebrações. Só em 2022, a casa foi palco para mais de cem eventos, segundo um dos sócios, Mylliano Salomão. São aproximadamente 7 mil metros quadrados compreendidos entre salão principal, dois camarotes, palco permanente, cinco camarins, sala de produtores, além de área completa de serviços que inclui três copas, duas cozinhas e uma bilheteria.
“Nosso projeto de expansão é sempre proporcionar as melhores experiências para nossos clientes. Sempre escutamos sugestões, críticas e elogios com um olhar crítico, para extrairmos qual é a expectativa. Em 2022, construímos uma nova bateria de banheiros masculino e feminino, para proporcionar ainda mais comodidade e conforto. Era um ponto já mapeado e conseguimos conciliar a execução da obra com nossa agenda de eventos, explica Mylliano.
“Em 2023, vamos realizar mais um grande sonho, que será a obra de modernização da entrada do salão que contará com acesso coberto ao estacionamento, remodelação completa do paisagismo e iluminação externa”, completa.
Há dez anos, a Associação de Capoeira Corpo e Alma organiza, todo primeiro sábado do mês, a tradicional roda na Praça Padre Geraldo Pelzers.(Foto divulgação)
De acordo com a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), em 2022, 32 projetos inscritos na Lei Murilo Mendes, de incentivo à cultura, foram provenientes da região. O bairro que teve a maior participação foi Santa Luzia, com oito inscritos, sendo dois deles contemplados.
A Zona Sul conta com duas escolas de samba: a Mocidade Alegre de São Mateus (cuja quadra é no bairro Santa Cecília) e a União de Santa Luzia que, inclusive, foi campeã do Grupo de Acesso nos desfiles deste ano.
A região também sedia vários grupos de Folia de Reis, mantendo viva a manifestação de origem cristã, que reproduz a caminhada dos reis magos Gaspar, Belchior e Baltazar até o local de nascimento do Menino Jesus, em Belém. No bairro Ipiranga, há um movimento organizado de economia solidária que tem a finalidade de capacitar homens e mulheres para a produção de artesanato e trabalhos manuais.
Outra expressão cultural de grande projeção na região é a capoeira. Halfred Angelo Resende, mais conhecido como Mestre Kiko, está à frente da Associação de Capoeira Corpo e Alma, fundada pelo seu pai, Mestre Gato, em maio de 1987. Até hoje ele ensina sua arte. Com sede em Santa Luzia, a associação organiza, todo primeiro sábado do mês, a tradicional roda na Praça Padre Geraldo Pelzers. O evento acontece há dez anos.
“Realizamos a tradicional roda na praça de Santa Luzia, com o intuito de promover a diversidade cultural, a interação entre os mais novos com os antigos. E, além disso, para manter forte as tradições culturais da nossa capoeira no bairro e nunca esquecermos dos que vieram antes de mim, como o grande Mestre Santos, um baluarte em nossa comunidade”, explica Mestre Kiko.
Atualmente, a associação conta com cem alunos, oferecendo bolsas para os que não têm condições de pagar. A única exigência é que a criança esteja matriculada em escola regular e tenha boa frequência em sala de aula. Ele observa que é uma responsabilidade muito grande ser mestre de capoeira, mas garante que é muito prazeroso manter viva essa tradição, passando-a para outras pessoas.
“A capoeira é uma filosofia de vida. É uma ferramenta que uso para desenvolver valores básicos da nossa sociedade e, com isso, vamos educando quem passa por nós. Com o tempo, você pode desenvolver mais a técnica ou simplesmente formar cidadãos, ensinando valores, como respeito aos mais velhos, que é um grande ensinamento da capoeira”, finaliza.